Introdução: A depressão é um problema de saúde mental comum em idosos que pode favorecer menor engajamento em atividades diárias colaborando para o aumento da massa corporal, principalmente do tecido adiposo. Objetivo: Analisar o estado nutricional e a prevalência de depressão em idosos do município de Cuiabá-MT. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, de base populacional. Foram mensuradas a massa corporal e a estatura, calculado o índice de massa corporal (IMC; kg/m²). Participaram 139 homens (idade 72±6 anos; estatura 1,65±0,07 m; massa corporal 71±12 kg e IMC 26±4 kg/m²) e 249 mulheres (idade 72±6 anos; estatura 1,52±0,06 m; massa corporal 63±13 kg e IMC 27±5 kg/m²). Para triagem de depressão utilizou-se a Escala Geriátrica de Depressão versão curta (GDS-15). O GDS e IMC foram apresentados em percentil; para comparação das médias foi feito o teste t de Student não pareado. O nível de significância aceito foi 5%. Resultados: Houve prevalência de 26% (n=36) de depressão para homens e de 33% (n=81) para mulheres. Distribuição do estado nutricional masculino com depressão: baixo peso (n=1; 3%), peso normal (n=10; 28%), sobrepeso (n=20; 55%) e obesidade (n=5; 14%), e; sem depressão: baixo peso (n=2; 2%), peso normal (n=44; 43%), sobrepeso (n=39; 38%) e obesidade (n=18; 17%). No grupo feminino com depressão: baixo peso (n=5; 6%), peso normal (n=27; 33%), sobrepeso (n=25; 31%) e obesidade (n=24; 30%), e; sem depressão: baixo peso (n=3; 2%), peso normal (n=49; 29%), sobrepeso (n=61; 37%) e obesidade (n=54; 32%). O escore do GDS de 8±2 e 3±1 para ambos os sexos com e sem depressão respectivamente (p<0,0001), mas sem diferença entre os sexos. Não houve diferença estatística para o IMC entre com e sem depressão para ambos os sexos (homens: 27±4; e 26±4 kg/m²; mulheres: 28±5 e 27±5 kg/m² com e sem depressão respectivamente). Conclusão: O estado depressivo parece não ter influencia no IMC desses idosos. Porém foi observada importante prevalência de indivíduos sobrepeso e obesos em ambos os sexos, o que pode ser devido a fatores sobrepostos dos aspectos fisiológicos do envelhecimento e do estilo de vida. Porém, a prevalência de depressão foi importante, o que chama a atenção para o tratamento adequado desta situação. Ainda, o estado depressivo diminui a aderência a programas de atendimento a saúde e qualidade de vida desta população.