A violência contra a mulher, por muito tempo, foi vivida na particularidade do ambiente doméstico e de forma silenciosa, e os movimentos feministas foram e são importantes para combater a consciência patriarcal. Os serviços de saúde são fundamentais na detecção do problema, pois possuem contato direto com a mulher, podendo reconhecer e acolher quando houver casos de violência. Porém, ainda é um serviço falho, pois caso não haja a identificação do problema pelos profissionais de saúde, a situação tende a se perpetuar, diminuindo a eficácia da intervenção, logo do serviço de saúde. O Instituto Cândida Vargas faz parte da rede de cuidado integral de assistência a mulher, com atendimento global, que vai desde emergências clínicas a casos de violência contra a mulher, tendo este um núcleo especializado que lida e apoia a mulher desde a sua chegada na unidade até na continuação do caso. O trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de medicina, em uma visita técnica ao Instituto Cândida Vargas, a fim de conhecer o funcionamento da rede de cuidado a vítimas de violência contra a mulher. Trata-se de um relato de experiência que se deu no município de João Pessoa, na maternidade de referência da Paraíba, Instituto Cândida Vargas. Este cenário está vinculado ao Módulo de Atenção à Saúde V e ocorreu durante o segundo semestre letivo de 2016. A visita ocorreu no Instituto Cândida Vargas, onde uma equipe multiprofissional se reuniu com os estudantes no auditório, a fim de dialogar sobre o funcionamento do serviço quanto ao acolhimento a mulheres que o procuram por serem vítimas de violência. De início, foi apresentado um vídeo onde mulheres deram depoimentos contando suas experiências próprias. Pôde-se perceber através desse vídeo que a violência à mulher vai muito além da violência sexual: muitas vezes, está presente dentro de casa (namorado/marido/pai), através de ofensas, xingamentos, gritos, ameaças, pressão psicológica e agressão física. Ao procurar o serviço, a mulher será atendida por uma equipe multiprofissional, contendo assistente social, enfermeira, psicóloga e médica, que estão disponíveis 24 horas por dia. Além do acolhimento, é dado a ela uma série de medicamentos contra prováveis DSTs contraídas e contra uma possível gravidez, em até 72 horas do estupro, caso tenha havido um. O Instituto Cândida Vargas dá todo o suporte a essas mulheres e todas as informações que precisam. A atenção integral a elas, nesse momento tão crítico, é fundamental. É necessário que haja a elaboração de mais políticas públicas nesta temática, a fim de incentivar e alertar as mulheres sobre o assunto: o que é a violência contra a mulher e qual sua importância e onde buscar ajuda nessas situações. Mostrar a elas que violência não é só física e/ou sexual. É necessário também que existam mais serviços especializados na atenção a essas mulheres, prontos a recebê-las e acolhê-las.