Artigo Anais II CONBRACIS

ANAIS de Evento

ISSN: 2525-6696

DESEJO E PRAZER: A FEMINILIDADE E O GOZO À LUZ DA PSICANÁLISE

Palavra-chaves: FEMININO, SEXUALIDADE, PSICANÁLISE, GOZO Comunicação Oral (CO) AT-13: Psicologia
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Publicado em 14 de junho de 2017

Resumo

A sexualidade feminina e a construção histórico-cultural da sociedade apresentam imbricações indissociáveis e que versam sobre o olhar social a respeito da mulher e suas mais variantes performances quanto ao lugar ocupado por esta nos contextos sócio históricos de cada época. Se, na pré-história, com as sociedades primitivas e seus cultos à natureza temos o feminino sendo o centro da organização social através da relação entre fecundidade feminina e fertilidade da terra, ou seja, o auge do matriarcado, a partir da decadência deste, e a emergência do patriarcado, a figura feminina mimetiza os mais inimagináveis e antagônicos papeis, que, em suma, representam as mais variadas ideologias e visões sociais acerca da mulher e sua sexualidade. Nas culturas helênica e romana, berço e referência da sociedade ocidental, o ser feminino é caracterizado por um extremismo: ora, visto de forma valorizada nas deusas das mitologias, como por exemplo, na beleza da deusa do amor Afrodite e, na sua versão na mitologia romana a deusa Vênus, ora como um ser possuído de um corpo que apenas é um meio da satisfação para a figura masculina ou, também, forma de manter as relações de poder / política através de laços ou junções carnais consanguíneos. Já na Idade Média e o feudalismo, o feminino vagueia entre o sobrenatural e metafísico condenável, que ganha singular plasticidade nas imagens das bruxas, como também, encontra resquício na mulher silenciada em seus desejos e submissa aos valores culturais e, principalmente, religiosos. Contexto em que o corpo feminino e vivência de sua sexualidade, transbordada os limites da procriação, são vistos como sinônimo do pecado e verdadeiras metáforas do diabo. É com Sigmund Freud (1856- 1939), no século XIX, através do estudo da histeria, que esse sufocamento secular das mulheres e, sua sexualidade acha um meio de vazão. A partir do pai da psicanálise, o feminino e sua forma de atingir a feminilidade são colocados como objetos científicos de estudo. Se com Freud a Psicanálise inicia sua trajetória de descrever o caminho da conquista da feminilidade, é com Jacques Lacan (1901- 1981) que temos uma teorização sobre a sexuação do ser humano, mais especificamente da figura feminina. O presente trabalho tem por objetivo desenvolver reflexões de caráter teórico metodológico sobre a sexualidade feminina à luz da Psicanálise. Para tanto, recorreremos aos trabalhos de Freud, por seu caráter primogênito no campo do estudo da sexualidade humana, como também recorremos às discussões teóricas de Lacan, haja vista a primazia de sua conceitualização e formulações teóricas sobre o gozo feminino.

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