Resumo: A sociedade brasileira tem estado cada vez mais aflita com aumento da violência. Esta situação social pode ser atribuída a processos históricos e estruturais, proporcionada por anos de negligência dos governos. Tal prática ressalta a atuação da Polícia Militar, a principal organização de segurança pública, por lidar diretamente com a maioria dos casos de violência. Levando em consideração esta realidade, bem como o fato dessa categoria ser estereotipada como propagadora de violência legitimada e gratuita, além de ser caracterizada como uma organização corrupta, que abusa do poder que detém, muitas são as queixas de insatisfação e adoecimento. Desse modo, tomando como pressuposto os princípios da Educação Popular em Saúde, buscamos conhecer as demandas apresentadas pela referida categoria e viabilizar um modo de atuação da psicologia junto a este grupo, de forma a proporcionar o fortalecimento de seus vínculos afetivos. O trabalho se configura como um relato de experiência que contém os resultados iniciais de uma pesquisa-intervenção, realizada com policiais militares do 10º Batalhão de Polícia Militar e do Centro Integrado de Operações Policiais (CIOP) da cidade de Campina Grande – PB. Para o alcance dos objetivos foi realizada uma roda de conversa com nove policiais. De acordo com os resultados, os principais aspectos apontados pelos participantes dizem respeito à insatisfação com as condições de trabalho, desvalorização, falta de reconhecimento (interno e externo), constante sensação de ameaça, problemas relacionados às identidades pessoal e profissional, baixos salários e qualidade de vida. A roda de conversa proporcionou um processo de identificação coletiva, com demandas que se referem a aspectos sócio-políticos, que tem relação e influenciam na saúde física, psíquica e emocional dos policiais.