O presente estudo é resultado de uma pesquisa em andamento, mais precisamente, na fase da análise dos dados, construída coletivamente, envolvendo o professor pesquisador, estudantes da Licenciatura em Física, Química e os sujeitos artesãos do Alto do Moura. A inquietação epistemológica acerca da organização e das bases fundantes do pensamento popular artesão brotou das vivências e das conversas intersubjetivas e grupais dos sujeitos artesãos que se constituem “intelectuais coletivos” (BOFF, C. 2015). Compreender os mecanismos de superação, ressignificação de sentidos e visões de mundo que estes sujeitos operam apontam para o objetivo desta pesquisa. Servindo-se da hermenêutica da suspeita, sob as lentes dos estudos decolonias, da observação participante, entrevistas, e de registros em diário de campo, analisados no intuito de compreender, na referida comunidade, as visões de mundo e as formas discursivas que estes sujeitos/as se expressam. Ademais, entendemos que as cosmovisões por eles construídas, através das partilhas das experiências, das lições de vida e de suas dinâmicas criativas serão contribuintes para a dinamicidade e aprofundamento das concepções e práticas da Educação Popular. Essa pesquisa foca a sua atenção epistêmica acerca dos artefatos e modos de elaboração das imagens de mundo que os/as artesãos/ãs do Alto do Moura têm produzido ao longo dos tempos, dando-lhes razões e sentidos para os enfrentamentos, as invenções, as resistências e as novas leituras que o cotidiano impõe e demanda-lhes opiniões, posturas políticas e posicionamentos.