Introdução: No momento em que um membro da família é hospitalizado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), todo o equilíbrio do sistema familiar é afetado. Os familiares idosos se desequilibram emocionalmente com mais intensidade do que os próprios pacientes, além de sentirem-se distanciados, necessitando assim, do cuidado de enfermagem para enfrentar a situação. A comunicação é um dos mais importantes aspectos desse cuidado e por meio dela, é possível realizar uma melhor assistência ao paciente e seus parentes idosos que estão vivenciando ansiedade e estresse decorrente da hospitalização, especialmente em caso de longos períodos de internação ou quando se tratam de pacientes críticos, como aqueles que se encontram em UTI. Objetivo: Analisar a comunicação terapêutica entre enfermeiros e familiares idosos de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva. Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza descritiva, exploratória e abordagem qualitativa, realizado em um hospital de referência, localizado no município de João Pessoa-PB, na Unidade de Terapia Intensiva da instituição. Para a realização deste estudo foram considerados os aspectos éticos preconizados pela Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e a coleta de dados foi iniciada somente após o parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número de protocolo 336/11. Participaram do estudo 13 familiares idosos que estiveram na unidade para realização da visita, durante os meses de agosto e setembro de 2011. Os dados foram coletados através de um roteiro de entrevista semiestruturado e analisados utilizando-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Por meio dos relatos dos familiares idosos de paciente em UTI foram elencadas três categorias: Categoria 1: Tempo dedicado à comunicação: Seguem as principais falas: Não dedicam tempo, é como se a função deles fosse só cuidar do paciente; e [...] desde que a gente tenha a iniciativa e pergunte, mas parece que não querem falar com a gente, se distanciam, se afastam, acho que para as enfermeiras é mais trabalhoso ter que vir até nós. Categoria 2: Orientações disponibilizadas pelos enfermeiros: Seguem os principais depoimentos: Nunca chegaram pra me falar nada, mas perguntei; e Não tive informações, só algumas orientações gerais, coisas básicas sobre horário, saber tocar, mas sobre o ambiente, as máquinas, não. Categoria 3: Uso de uma linguagem compreensível: Os participantes afirmaram que: É, eles falam algum termo técnico que usam aqui, mas eu pergunto o que significa; e [...] quando não entendo sou bem sincera, fale o português rasteiro, não em termos científicos. Conclusão: Os resultados permitiram observar que o processo comunicativo entre enfermeiros e familiares idosos de paciente em UTI não ocorre de maneira eficaz. O presente trabalho permitiu concluir ainda que, é indispensável um cuidado de enfermagem efetivo, que considere a comunicação terapêutica como elemento essencial ao cuidado destes familiares, possibilitando a minimização dos sentimentos negativos vivenciados. Para que isto aconteça, é preciso conscientizar estes profissionais do seu papel enquanto cuidadores também da família, para que assim o cuidado de enfermagem torne-se de fato humanizado.