Nos livros didáticos, a gramática normativa prescreve regras para o uso dos pronomes pessoais. Contudo, é imprescindível que nós, professores de língua portuguesa, extrapolemos os livros didáticos e discutamos, em salas de aulas, que a abordagem dos pronomes pessoais, da forma como tradicionalmente é feita, não reflete a realidade do uso desses pronomes no português brasileiro contemporâneo. A discussão em torno dos termos “você” e “a gente” merece uma atenção especial. A gramaticalização do termo “você” existe e precisa ser estudada. A concepção de mistura de tratamento precisa ser desconstruída. Nosso escopo é apresentar uma proposta de ensino reflexivo acerca dos pronomes pessoais do português brasileiro, sem, no entanto, desconsiderar as formas padronizadas, mas, também, sem superestimá-las em detrimento às verdadeiras normas de fala e de escrita do povo brasileiro do século XXI. Para subsidiar nossas discussões, estudiosos como Marcos Bagno e Célia Regina Lopes nortearão nosso trabalho. Para o desenvolvimento deste trabalho serão utilizadas análises comparativas e a pesquisa qualitativa, com o objetivo de atender aos propósitos comunicativos e investigativos que envolvem a discussão e, por via de consequência, o reconhecimento e a valorização do uso consuetudinário dos pronomes pessoais por todos nós, brasileiros.