A divulgação e produção de hipertextos, na era pós-digital, deve levar em consideração a experiência do usuário. Aproximadamente 80% dos internautas brasileiros acessam conteúdo online utilizando smartphones (IBGE,2014), dessa forma, as habilidades de leitura e escrita para esse universo são outras. Outro fator, que deve ser levado em consideração, é que os materiais produzidos estão navegando em outras esferas de divulgação de conteúdo. Lemos (2013) discute que é nesse ambiente onde ocorre a comunicação bidirecional, ou seja, aquela que escapa a produção massiva da informação, ou seja, que aponta cava vez mais para textos personalizados e bem direcionados. Diante disso, a hipermídia convida para novas experiências de leitura e escrita, mas que ainda estão distantes de serem dominadas pela maioria dos estudantes, quer do ensino básico até o universitário. Essas dificuldades acontecem devido o processo de ensino, ainda pautado nas premissas do século XIX. Bacich, Neto e Trevisani (2015) defendem que o ensino deve ser híbrido, ou seja, mediado por diversos mecanismos que auxiliem todos os atores envolvidos no aprender a aprender e também no desaprender. Sabe-se que há um esforço governamental para o trabalho com os TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) em sala de aula, mas infelizmente o que ocorre é o “transporte” de práticas altamente tradicionais, como uso do quadro negro, pesquisas em livros e resoluções de exercícios, para a tela do computador, não significa que tais mecanismos não possam ser utilizados, mas critica-se a metodologia empregada. Transportar práticas sem nenhum remodelamento significa retrocesso, pois Mota e Scott (2014) defendem que o professor do século XXI deve ser um Designer de conteúdo, ou seja, ultrapassar as fronteiras do conteudismo. Portanto, este trabalho irá abordar as transformações proporcionadas pelas tecnologias digitais no processo de produção e aquisição de conteúdo, em especial, no que tangencia a leitura e escrita na era pós-digital.