Este trabalho tem a finalidade de investigar a tênue fronteira entre a crônica produzida para ser publicada nos jornais impressos e a crônica produzida no livro, no sentindo de refletir quando ela sai do jornalismo e passa a entrar na literatura. Muitas vezes, tem-se a leve impressão que a crônica do jornal transmite a ideia de efemeridade e quando ela está no livro, ela passa a ser permanente. Contudo, a efemeridade também é algo que está na crônica publicada em livro. Para isso, este estudo busca analisar as crônicas produzidas em livro das escritoras contemporâneas Martha Medeiros e as crônicas produzidas por Lya Luft, na revista semanal Veja. O que se pode extrair destes dois contextos da crônica: a que é publicada no jornal e a que sai dos jornais e vai para o livro? Por que os suportes livro e revista tornam o 'tom' da crônica diferenciados? Os objetivos específicos foram verificar o ethos da crônica de Martha Medeiros publicada em livro e o ethos da crônica produzida por Lya Luft publicada em revista. A metodologia é bibliográfica, pois esta pesquisa foi baseada nas teorias do ethos de Maingueneau (2008) e Amossy (2005); sobre gêneros textuais em Marcuschi (2008); sobre crônica, em Pereira (2004), entre outros autores. Trata-se, também, de pesquisa documental, pois se extraem trechos tanto da revista Veja das crônicas de Lya Luft, como dos livros de crônicas de Martha Medeiros. Espera-se que com esta reflexão, seja possível pensar alguns posicionamentos sobre a crônica utilizando a teoria dos gêneros textuais e da análise do discurso de linha francesa, esta última estudada por Maingueneau (2008).