O presente trabalho buscou verificar como se comportam a Função Sensibilidade ao Contraste (FSC) e processos cognitivos (PC), com carga perceptiva, ao longo do envelhecimento e constatar se existe relacionamento entre ambos. Foi selecionada uma amostra de 20 adultos e idosos livres de doenças, divididos em dois grupos: G1 composto por dez voluntários, com idades variando entre 20 a 29 anos (M= 24,00; DP= 2,16); G2 com dez participantes com média de 68 anos (DP= 6,54). Cada participante foi submetido a duas sessões experimentais, onde na primeira delas ele realizava o teste de Sensibilidade ao Contraste para estímulos do tipo grade senoidal vertical nas frequências 0,6; 2,5; 5 e 12 ciclos por graus de ângulo visual (cpg), e voltava novamente, em outra data para a realização do reteste. Parte dos testes cognitivos era aplicada na primeira sessão e o restante na segunda. Os adultos tiveram melhores indicadores de sensibilidade ao contraste do que os idosos nas frequências 2,5 (z = -3,78; p < .001); 5 (z = -3,78; p < .001) e 12 (z = -3,78; p < .001) cpg, demonstrando alterações na Sensibilidade ao Contraste relacionada ao envelhecimento. As pontuaçoes Neuropsicólogicas dos testes aplicados apresentaram correlações negativas com a idade. Ambas as medidas demonstraram redução ao longo do avanço da idade. A sensibilidade ao contraste, principalmente para as frequências médias e altas apresentou correlações fortes e positivas com as medidas cognitivas. A possível relação entre habilidades visuais, especialmente sensibilidade ao contraste e capacidades cognitivas, e como estas sofrem comprometimento com o envelhecimento pode ser compreendida através de algumas hipóteses. Dentre elas a de que esse processo normal provoca diminuição da eficiência dos sistemas sensorial visual e cognitivo, refletido no desempenho de suas funções.