Maria Luísa de Almeida Nunes(1), Ana Elisa P. Chaves(2),Camila Nunes Seixas(3), Thainá Vieira Chaves(4), Lucas Chaves Araújo(5) 1 Docente Saúde Mental -UFCG e-mail:falecomluisa@gmail.com 2 Docente Saúde Coletiva-UFCG e-mail: aepchaves@gmail.com3 Enfermeira SMS-JPessoa e-mail:camilaseixas@gmail.com4 Supervisora do PMAQ -UFPB e-mail: thainachaves13@hotmail.com5 Discente de Educação Física -UEPB e-mail: Lucas_hp2@hotmail.comINTRODUÇÃO: O processo de redemocratização do Brasil, no final dos anos 1980, vem favorecer o paradigma da Reforma Psiquiátrica, dentre outros fatores. Assim, consolida-se uma Política de Saúde Mental, tendo como características principais a redução de leitos em hospitais psiquiátricos e a criação da rede de serviços substitutivos ao modelo manicomial. Nessa rede, os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) surgem, sobretudo, como resgate da cidadania do doente mental, através das Portarias nº. 106/2000 e nº 1220/2000. OBJETIVO: Descrever a situação de vida de mulheres idosas com transtornos mentais em um Serviço Residencial Terapêutico. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido a partir de vivência profissional no SRT Nossa Casa, fundado em dezembro/2007, no município de João Pessoa – Paraíba. O estudo foi elaborado no mês de abril de 2013. A população corresponde a oito moradoras, sendo seis com idade superior a 60 anos; todas em situação de abandono pelos seus familiares, procedentes de longos internamentos psiquiátricos. RESULTADOS: A partir de vivência profissional, permitiu-se acompanhar o ser mulher idosa, além das alterações específicas do envelhecimento. São moradoras com transtornos mentais crônicos, sem laços familiares / afetivos / outros vínculos sociais e sem identidades, estando uma em situação de anomia. Há histórias de morbidade por tuberculose, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, enfizema pulmonar, prolapso retal, quedas da própria altura, crises psíquicas, algias corpóreas e limitação para atividades da vida diária, além de ocorrências de mortalidade de outras moradoras. Mas, há também demandas de superação, através de participação em oficinas de música e de habilidades manuais (tapeçaria, fuxico e desenhos), em atividades domésticas voluntárias, passeios, demandas de serviços de saúde e festejos. CONCLUSÃO: Diante do exposto, conclui-se que o SRT permite o acolhimento, uma abordagem ao sujeito com o resgate da cidadania perdida, a possibilidade de reabilitação psicossocial e de ressocialização, dentro das limitações das moradoras. Este jeito de convivência gera satisfação de ter uma “casa”, uma equipe de saúde corresponsável, de forma contínua, favorecendo a autonomia e a interlocução do social com a experiência da loucura. Está consonante com a humanização e a perspectiva da integralidade, defendida pelo Sistema Único de Saúde.