Nosso principal objetivo, neste trabalho, é analisar concepções de linguagem que são apresentadas por professoras que atuam na Educação Infantil - primeira etapa da Educação Básica. Ademais, buscamos analisar o discurso dessas professoras, frente às suas práticas pedagógicas, quanto a exploração e uso de linguagens pela criança. Buscaremos respaldo teórico em perspectivas interacionistas que consideram a linguagem como produto social, histórico e cultural, tomando como referência estudos de Vygotsky (1987) e Tomasello (2003). Assumimos a compreensão de que linguagem não se restringe apenas ao uso da fala pela criança, mas a todas às formas de comunicação e expressão que carregam sentidos, ou que se constituem de signos, como a linguagem do corpo, das imagens, dentre outras (FRANÇOIS, 2006). Em contextos interativos, em ambientes escolares, desde a Educação Infantil, um gesto, um desenho, um choro, ou um olhar, podem ser considerados linguagens. O professor, e suas práticas pedagógicas, podem ser considerados importantes na exploração dessas formas de comunicação, notoriamente observadas em contextos de atenção conjunta (MELO, 2015). Trata-se de um estudo, em andamento, desenvolvido através de Programa de Iniciação Científica – PIBIC, de natureza qualitativa, que tem como campo de investigação, algumas instituições públicas de Educação Infantil, localizadas nos municípios de Alagoa Nova e Campina Grande, ambos do estado da Paraíba – Brasil. Os sujeitos envolvidos são professoras que atuam com crianças de 0 a 3 anos de idade, em algumas dessas instituições. Como instrumento de coleta de dados fizemos uso de questionários, com questões abertas. Para discussão dos dados coletados, optamos pela análise de conteúdo de Bardin (1979). Os dados nos revelam, dentre outros, que a concepção de linguagem, que apresentam professoras da primeira etapa da Educação Básica, tem relação com as práticas pedagógicas no que se refere ao uso de diferentes linguagens pela criança. Esperamos que este estudo possa contribuir com o debate acerca de concepções de linguagens elaboradas por professores em seu processo de formação e em suas práticas curriculares e pedagógicas, especificamente na etapa básica do ensino - Educação Infantil -, no sentido de se redefinir espaços que visam a construção, a exploração e a expressão de linguagens, por crianças.