Resumo: A Literatura, ainda, não tem um espaço definido em alguns documentos oficiais, como os PCNEM, que regem o Ensino de Literatura e, consequentemente, na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, de forma que, muitas vezes, é destinada apenas uma aula semanal para ela. Se a narrativa e a poesia encontram dificuldades para entrarem na escola, o texto dramático quase não chega lá. Quando ele entra na sala de aula, muitas vezes, não é visto como um objeto literário, de forma que deve ser encenado mesmo nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura. Neste trabalho, distinguiremos o Gênero Dramático do Teatro com o objetivo de mostrar que uma peça pode ser um texto literário e que pode ser lida sem, obrigatoriamente, ser encenada. Depois, abordaremos o gênero Tragédia e as suas especificidades. Por fim, apresentaremos uma sequência didática para o professor trabalhar a tragédia Antígona, de Sófocles, com alunos do 2º ano do Ensino Médio, por meio de atividades lúdicas que promovam o gosto e o prazer da leitura. Escolhemos Antígona por ser uma tragédia clássica que tem como protagonista uma mulher no intuito de discutirmos temas, como a condição da mulher no passado e na contemporaneidade, o papel feminino em sociedades diversas e em tempos diferentes, entre outras temáticas que despertem o interesse e a criticidade dos alunos. Para isso, recorreremos aos estudos de Patrice Pavis (2003), Junito Brandão (1994), Cristina Mello (1998), entre outros, para fundamentar as nossas reflexões. Dessa forma, pretendemos refletir sobre o lugar do texto dramático nas aulas de Literatura e apontar algumas setas para que ele, também, seja lido na escola como os outros textos literários, respeitando, evidentemente, as suas especificidades.