Fanfics, blogs, e-books, redes sociais, ciberficção, videopoemas estão despertando a atenção dos jovens que mergulham no ciberespaço e inauguram novas práticas de linguagens e letramentos com recursos da web 2.0. O universo dinâmico da web 2.0 parece fascinar os estudantes que percebem a potencialidade significativa das tecnologias digitais. A web 2.0 propicia a rápida troca de informações e a participação colaborativa dos internautas, por meio de ferramentas que favorecem a aprendizagem em rede e a autoria coletiva (MATTAR, J.; VALENTE, 2007). Nesse cenário dinâmico, as salas de aulas transformam-se em espaços físicos “limitados”, se compararmos com as conexões “ilimitadas” do universo oceânico do ciberespaço. As relações interpessoais construídas nas redes, a autoria compartilhada e colaborativa nas wikis, os percursos de leitores/navegadores na web, as múltiplas potencialidades dos hipertextos, os diferentes tipos e formatos dos e-books, os repositórios e as bibliotecas virtuais são alguns exemplos das inovações tecnológicas na era da cibercultura. (LÉVY, 1999). Nesse contexto, marcado pela interatividade e pelo dinamismo dos recursos tecnológicos, a literatura busca encontrar caminhos, a fim de se adaptar às rápidas transformações ocasionadas pela revolução tecnológica. Estudiosos apontam para outros conceitos de literatura que surgem nesse cenário de cultura digital. Santaella (2012), por exemplo, afirma que o conceito de literatura se expande em função da profusão de formatos, protótipos e estilos no ciberespaço. Nesse sentido, alguns conceitos destacam-se, como: literatura gerada por computador, literatura informática, infoliteratura, literatura algorítmica, literatura potencial, ciberliteratura, literatura generativa, hiperficções, texto virtual, geração automática de texto, poesia animada por computador, poesia multimídia (SANTAELLA, 2012, p. 230). Reconhecendo a importância de se buscar estreitar o diálogo entre os professores/migrantes e alunos/nativos digitais, precisamos repensar uma proposta de ensino, capaz de apoiar a educação literária no cenário das mídias digitais. Nesse sentido, pretendemos refletir sobre possíveis contribuições do Reader-response Criticism para o ensino de literatura, valorizando-se as relações entre autores-textos-leitores no processo dinâmico da leitura em tempos de mídias digitais. O Reader-response criticism valoriza a interação entre autores-textos-leitores, ampliando as estratégias de análise do texto literário. Na cibercultura, os estudantes transformam suas práticas de letramento literário e desenvolvem novas relações com a literatura. Pretende-se analisar as contribuições do Reader-Response para o ensino de literatura, compreendendo-se a participação ativa do leitor na construção dos sentidos no ato da leitura literária.