BARBOSA, Bruno De Paula. A tradução de bukowski para o cinema. Anais VI ENLIJE... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/25824>. Acesso em: 23/11/2024 17:32
Adaptações fílmicas de textos literários possuem grande alcance midiático, sendo capaz de levar a imagem do autor e sua obra a públicos variados. Dessa maneira, a adaptação fílmica age como tradução ao reescrever um texto produzido em determinada linguagem para outra. Assim, este trabalho visa analisar a tradução do romance Factotum (1975), do autor norte-americano Charles Bukowski, com ênfase no personagem principal, Henry Chinaski, alter ego do escritor. Partimos da ideia que a mudança de focalização entre os meios e o apagamento de determinadas características da escrita do autor, como humor e ironia, acarretam uma ressignificação do texto traduzido. Para a análise, utilizam-se os fundamentos teóricos da teoria dos Polissistemas de Even-Zohar (1995) acerca dos fatores culturais envolvidos no processo de tradução e das relações desse novo objeto no meio que se insere, assim como as discussões teóricas de Lefevere (2007) sobre os estudos de tradução. Para as questões literárias apresentadas, são utilizadas as discussões de Bahktin (1988), Maingueneau (2001), Rosenfeld (1974) e Lejeune (2008), acerca da escrita autobiográfica. Conclui-se que houve perceptíveis mudanças de informação enquanto estratégia de tradução para adequar o produto traduzido ao cinema, como a mudança no ethos do personagem e a inserção de um tom sentimental nas suas relações amorosas, entre outros. Portanto, a tradução cinematográfica altera traços importantes do universo literário de Bukowski e ressignifica sua imagem para um novo público