O envelhecimento populacional é, historicamente, associado aos países desenvolvidos, desde a década de 60, verifica-se que a maioria dos idosos vive nos países em desenvolvimento e, essa tendência, foi também observada na população brasileira. Ainda que seja um país jovem, o Brasil vem demonstrando transição em seu perfil populacional, estimando-se que no ano de 2025, ocupará o sexto lugar entre os países com maior quantitativo de idosos. Dentro desse cenário atual, torna-se necessário refletir a formação de profissionais capacitados para promover uma assistência qualificada a esta população. É importante ressaltar que os problemas de saúde dos mais velhos, além de serem crônicos, perduram por vários anos, requerendo equipe multidisciplinar, equipamentos e exames complementares, exigindo o máximo de recursos do sistema de saúde a fim de proporcionar um maior bem estar durante o tratamento. Dentro deste cenário, o Projeto Terapêutico Singular (PTS) é uma importante ferramenta implementada a partir da necessidade de avaliação multidimensional do idoso, conforme estabelece os pressupostos da Política Nacional de Atenção à Pessoa Idosa. Essa ação permite a problematização das necessidades específicas do ser idoso, contemplando a integralidade da atenção em uma perspectiva humanizada do atendimento. O PTS se constitui como uma prática de saúde interprofissional e interdisciplinar que possibilita a socialização dos saberes e experiências dos diversos trabalhadores que compõem os serviços de saúde, incorporando a muldimensionalidade da abordagem das questões relativas ao idoso e aprimorando as práticas assistenciais. Pode contribuir para a inversão da estrutura assistencial centrada na doença para a estrutura centrada na saúde, entendida em suas múltiplas necessidade Dessa maneira, identificamos o PTS como um instrumento de gestão da atenção à saúde capaz de identificar amplamente as reais necessidades dos idosos. Sendo uma estratégia de atenção amplamente utilizada na assistência prestada pelos Residentes Multiprofissionais do Hospital Universitário Lauro Wanderley, sendo construído a partir das vivências clínicas, tendo como justificativa para escolha do paciente abordado: aquele com situação mais grave; longa permanência no âmbito hospitalar; submetido a várias abordagens e sem prognóstico esperado; vínculo dos membros da equipe com o usuário e a família. Aos residentes multiprofissionais que prestam assistência aos idosos compete avaliar junto com a equipe multiprofissional a qualidade da assistência, com ênfase na interdisciplinaridade, elaborar programa terapêutico (PTS), promovendo sua execução, avaliações, reavaliações e altas, considerando o diagnóstico e condutas dos demais profissionais, através de um atendimento humanizado. Sendo assim, a construção do PTS durante a sistematização da assistência ao ser idoso, é bastante significativa, no concernente ao exercício da gestão do cuidado, da valorização do trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional e a complexidade de desenvolver cuidados individuais e coletivos capazes de melhorar a qualidade de vida, resgate da autonomia e inclusão da idosa/família no processo de recuperação da saúde.