Introdução. Com o envelhecimento ocorrem alterações corporais que podem interferir na aptidão cardiorrespiratória da mulher. Além disso, no período de climatério, ocorrem alterações hormonais típicas, que contribuem para essas modificações. A aptidão cardiorrespiratória tem sido comumente avaliada por meio do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.), pois este considera a maior taxa de oxigênio captado, transportado e utilizado por músculos recrutados durante o exercício. Entre as alterações corporais as quais ocorrem na mulher, há uma redistribuição da gordura corporal, resultando em um maior acúmulo na região central, principalmente no abdome. Objetivo. Avaliar a influência da gordura, das pressões respiratórias e da idade na aptidão cardiorrespiratória durante teste físico em mulheres climatéricas. Materiais e método. Caracteriza-se como um estudo transversal, com abordagem descritiva e analítica. A amostra foi composta por 34 mulheres, praticantes de atividade física regular, que apresentavam 12 meses ou mais consecutivos de amenorréia. Os dados coletados foram: idade, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), força muscular respiratória e aptidão cardiorrespiratória. Para verificar a influência da idade, da gordura e da força muscular no VO2 máx. foi realizada análise bivariada (correlação de Pearson) e múltipla (regressão linear). As variáveis que apresentaram significância estatística no teste bivariado foram incluídas no modelo de regressão. Para inclusão das variáveis na equação de regressão linear múltipla utilizou-se o método Stepwise. Foi considerado IC de 95% e nível de significância de p<0,05. Resultados e discussão. Foram avaliadas 34 mulheres com idade variando de 53 a 81 anos, com média etária de 66,1 anos (±7,0). Foi observada correlação negativa e moderada das variáveis idade (r= -0,64), IMC (r=-0,58) e CA (r=-0,34) com o VO2 máx., sendo essa relação significativa. Esses resultados indicam que o aumento da idade e da gordura reduzem a capacidade de captação de oxigênio pelos tecidos durante o esforço. Não foi observada correlação significativa da força muscular respiratória com o VO2 máx., indicando que a força muscular respiratória provavelmente não influenciou na aptidão cardiorrespiratória. É importante ressaltar que os valores obtidos para PImáx e PEmáx, neste estudo, foram considerados normais. A idade e o IMC representam, conjuntamente, 75% (p<0,001) da variação do consumo máximo de oxigênio nestas mulheres. Conclusão. A idade e o acúmulo de gordura parecem ter influência sobre a aptidão cardiorrespiratória em mulheres climatéricas, sendo, portanto, dois fatores de atenção nessa população. A força muscular respiratória não foi significativa no consumo de oxigênio durante o exercício. Outros estudos são necessários para avaliar a aptidão cardiorrespiratória e os fatores correlacionados, e a diferença entre as mulheres ativas e sedentárias.