As críticas às metodologias tradicionais de ensino da leitura e escrita, impulsionadas principalmente pela teoria da Psicogênese da Escrita, desenvolvida por Emilia Ferreiro e colaboradores, mudaram o foco das discussões do ensino para a aprendizagem. Difundiram-se também no campo da alfabetização as teorizações sobre letramento e, no esteio dessas mudanças, diversas iniciativas governamentais são criadas, entre elas o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Nesse trabalho, apresentamos resultados de uma pesquisa que buscou analisar as contribuições do curso de formação continuada do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, realizado em 2013, para as práticas de ensino da leitura e da escrita de 10 (dez) professoras alfabetizadoras do 1º ano do ciclo de alfabetização, participantes do curso no referido ano na cidade de Brejo da Madre de Deus - PE. Buscamos, de modo mais específico, identificar, sob a ótica das docentes, as orientações que contribuíram paras suas práticas de ensino e como e porque elas contribuíram, assim como os aspectos que favoreceram ou não a incorporação dessas orientações. Para tanto, como instrumentos metodológicos, fizemos uso da entrevista semiestruturada, a qual gerou dados submetidos posteriormente à analise de conteúdo. Os resultados revelam-nos que parece ter havido, de fato, a incorporação de algumas propostas da formação no ensino da leitura e da escrita, sobretudo no que se refere ao trabalho com os gêneros textuais e à ludicidade. Entretanto, essa incorporação não acontece como uma reprodução e sim como uma reinvenção. As falas dos entrevistados evidenciam a importância da formação proporcionar o contato e a reflexão sobre novas metodologias para o ensino da leitura e da escrita.