INTRODUÇÃO: O processo de envelhecer e sua relação com a sexualidade traz muitas ideias arraigadas de mitos, contaminadas por preconceitos e estereótipos, que limitam o idoso e o alienam a viver como seres assexuados, inválidos, degradados pelos processos biológicos, incapazes de vivenciar a sua sexualidade de maneira plena. OBJETIVO: Esta pesquisa objetivou buscar compreender os fatores biopsicossociais que influenciam na vivência da sexualidade em um grupo de idosos que frequenta o Centro de Convivência de Idosos Mariana de Oliveira Reis, no município de Lagarto/SE. METODOLOGIA: O grupo focal participou ativamente do processo, respondendo a perguntas fechadas em um questionário sociodemográfico e questões abertas lançadas a partir do uso de palavras chave, tendo como tema norteador a sexualidade na terceira idade e a partir de então as demais palavras expressadas ao longo das conversas categorizaram esta pesquisa, como cultura, religião, família, gênero, lazer, economia e aspectos fisiopatológicos, bem como o envolvimento e papel da enfermagem na desmistificação dos mitos e preconceitos criados a partir de tais fatores. O presente estudo de natureza qualitativa, descritiva e exploratória delineou-se enquanto pesquisa bibliográfica e de campo, pois contou com uma análise documental a partir da leitura de livros, revistas, documentos e periódicos, bem como dispôs de um grupo amostral de 20 idosos com faixa etária acima de 60 anos, sendo que 45% têm de 60 a 66 anos, e 10% têm entre 81 e 87 anos, 60% do gênero masculino e 40% feminino. RESULTADOS: Pode-se perceber que 100% da amostra possuem baixa escolaridade, não chegando ao nível médio. A renda de 55% não ultrapassa um salário mínimo, apenas 10% possuem dois ou mais salários. Quanto ao estado civil, 35% são casados, 5% encontram-se solteiros, 10% divorciados (a), 25% viúvos (a), e, destes, 20% vivem sozinhos, sem manter nenhum tipo de relacionamento há muito tempo, sendo em sua maioria do gênero feminino. O grupo possui 85% de religiosos e 15% não adeptos a crenças. Quando exposto o tema norteador, vivência da sexualidade na terceira idade, 50% deram à palavra sexualidade o sinônimo de sexo, transa, relação sexual, 25% expressaram como troca de carinhos, beijos, companheirismo, algo agradável, saudável e os 25% não souberam responder. Entretanto, quando o assunto evidenciou o aspecto família, observou-se que 83% dos familiares, principalmente os filhos, manifestaram sentimentos e atitudes contrárias aos desejos de seus pais, tornando-se arredios, taxativos e condenando os relacionamentos dos mesmos. Aspectos como lazer, atividade física e processo fisiopatológico também foram analisados junto aos idosos, demonstrando que todos se preocupam com seu bem estar e saúde. CONCLUSÃO: Apesar de apresentarem patologias crônicas como Hipertensão Arterial Sistêmica (50%), cardiopatias (15%), patologias ósseas, reumatismo (15%), osteoporose (10%), Diabetes Melitus (10%), problemas ligados à coluna, níveis de colesterol e úlcera gástrica, não se limitam a aceitar a imagem de vovozinha e vovozinho imposta pelos fatores e princípios que influenciam e determinam a sua sexualidade, sejam eles culturais, religiosos, psicossociais, familiares, ou econômicos.