O objetivo deste trabalho consistiu em analisar como o currículo vivenciado por estudantes de uma instituição de ensino tem tratado das questões da identidade de gênero. A abordagem metodológica selecionada foi a qualitativa, os instrumentos para coleta de dados foram a entrevista semiestruturada e a análise documental. Os sujeitos foram selecionados de forma aleatória entre os estudantes que assumiam sua identidade de gênero. A organização da análise, a partir da tabulação das entrevistas, foi disposta em três fases: a primeira, a pré-análise, que busca tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais conduzindo a um plano de análise, levando em consideração as escolhas dos documentos que atendessem a regra da exaustividade e a regra da pertinência; a segunda, a exploração do material se consistiu na codificação e categorização. A terceira fase aborda o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação (Bardin, 2011). Os resultados da pesquisa indicaram o currículo escolar da instituição, objeto do estudo, não contribui para a superação das desigualdades sociais, pois não discuti o tema sobre a identidade de gênero e a orientação sexual com estudantes e profissionais possibilitando que experiências de negação das identidades possam ser construídas de forma preconceituosas e estereotipadas sem a devida orientação da escola. Os estudantes investigados relatam que assumem sua identidade de gênero e orientação sexual em sua maioria. Porém, muitas famílias ainda não aceitam e demonstram preocupação quanto a segurança de seus filho e a violência social.