O processo natural do desenvolvimento humano que constitui o envelhecimento passa por fatores hereditários, ambientais, estilo de vida e fatores psicossociais, na qual o indivíduo está inserido e que afetarão sua vida. A satisfação dos idosos com a vida e seu cotidiano esta intrinsecamente relacionada ao contínuo contato com familiares e amigos, sendo outros idosos uma grande fonte de apoio social. Tem-se, contudo, a depressão como um transtorno do humor doloso e frequente que mais acomete a idade adulta tardia. Pessoas com depressão sentem menos prazer nas atividades da vida diária e uma falta de perspectiva relacionada ao futuro. Nesta perspectiva, o presente estudo buscou investigar a sintomatologia depressiva em idosos institucionalizados, analisando que fatores emergentes são típicos da idade e que fatores estão sendo apresentados e construídos no cotidiano do grupo devido a sua atual condição de vida. A pesquisa foi realizada em duas instituições da cidade de Campina Grande-PB, uma de curta permanência e uma de longa permanência. Para a realização da mesma, contaram-se com a participação de nove idosos, ambos os sexos, com idades entre 60 e 86 anos, todos se considerando religiosos, dos quais apenas um não possuía alguma remuneração. Como instrumentos, foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck e uma entrevista estruturada. Através dos dados coletados foram verificados, nas duas Instituições, sintomas leves de depressão, tendo os idosos da Instituição de curta permanência apresentado um nível de sintomas um pouco mais elevado (de acordo com o ponto de corte). Os sintomas apresentados estiveram ancorados na falta de perspectiva quanto ao futuro e no desânimo para execução de atividades, alguns sintomas descritos são semelhantes aos sintomas da velhice, como questões de sono e alimentação. Nas entrevistas estes fatores foram verificados, em maior detalhe, quando os participantes puderam relatar suas experiências e vivências nas Instituições, como a relação com o grupo de vivência e os familiares. Nas narrativas, os idosos da Instituição de Longa permanência narraram uma maior satisfação com a vida em comparação aos de curta permanência, principalmente por este segundo grupo declarar as dificuldades de socialização e participação nos grupos. No presente estudo foi observado que as limitações comuns à idade são acrescidas de limitações sociais e estereotipadas que, muitas vezes, acabam prejudicando o processo do envelhecer e a forma de representá-lo em sua vida. É preciso pensar em programas que tragam mais este público à inserção social e ao conhecimento do senso comum de como é o dia-a-dia desta população como um processo natural do desenvolvimento e que fará parte de muitas pessoas.