A incontinência urinária (IU) é considerada um problema de saúde pública e sua prevalência aumenta com o avanço da idade. Ela constitui uma das mais importantes e recorrentes síndromes geriátricas, na medida em que muitos são os seus impactos na vida dos idosos. Vale ressaltar que, a IU é definida como queixa de qualquer perda involuntária de urina que pode ser classificada por meio dos principais sintomas específicos, ou problemas de bexigas, referidos pelos portadores como: incontinência urinária de esforço, hiperatividade vesical e incontinência urinária mista. Os problemas de bexiga mais comumente identificados entre as mulheres com IU são: urgência, polaciúria, noctúria, enurese noturna, urge-incontinência e perda de urina aos esforços. É oportuno destacar que identificar esses problemas faz-se necessário para a prática assistencial dos profissionais de saúde para nortear o diagnóstico e a intervenção terapêutica específica nesta população. A despeito disso, são escassos os estudos que se reportam a analisar os principais problemas de bexiga evidenciados por mulheres idosas, o que suscitou o interesse em desenvolver essa pesquisa, para a qual foi delimitado o seguinte objetivo: identificar os principais problemas de bexiga evidenciados em idosas incontinentes. Trata-se de um estudo de natureza epidemiológica, do tipo descritivo, exploratório, com corte transversal. A pesquisa foi realizada no Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso, um serviço de referência para o atendimento especializado de idosos do município de João Pessoa (Paraíba) e das cidades circunvizinhas. A população do estudo foi composta por idosas com sessenta anos ou mais, atendidas no referido serviço, selecionadas no período de junho a agosto de 2012. A amostra foi selecionada por meio de um plano probabilístico de amostragem aleatória simples. Para testar estatisticamente as hipóteses teóricas, foi realizado o cálculo do tamanho da amostra para estudo transversal. A amostra foi constituída de 194 idosas incontinentes. Os dados foram coletados utilizando-se a técnica de entrevista subsidiada pelo instrumento do King’s Health Questionnaire(KHQ). Considerando os sintomas urinários que caracterizam os problemas de bexiga propostos pelo KHQ foram identificados os seguintes resultados: a bexiga hiperativa e a IUU foram evidenciados por 164 (84,5%) mulheres, e a IUE, estava presente em 138 (71,1%), permitindo, assim, inferir a presença da IUM em boa parte das idosas. Ressalta-se que independentemente da forma como se apresenta os problemas de bexiga nas idosas, esses determinam prejuízo para a qualidade de vida dessa população. Assim, conclui-se que a partir da identificação dos principais problemas de bexiga nas idosas é possível traçar um plano de cuidados com a equipe multiprofissional no que tange ao restabelecimento dessas mulheres incontinentes a partir de intervenções específicas voltadas para esses problemas evidenciados, possibilitando assim uma melhora na qualidade de vida dessas mulheres.