O ensino de Matemática envolve raciocínio lógico e abstrato e muitas vezes associa-se a dificuldades por parte dos educandos que podem por isso desenvolver uma aversão a tal ciência. Esse contexto é mais complexo quando envolve educandos com deficiência visual. Contudo práticas didático-pedagógicas criativas com materiais de baixo custo (sacolas plásticas) podem auxiliar na desconstrução dessas adversidades. O objetivo do presente estudo foi realizar e avaliar a eficácia de uma oficina que promoveu a dobradura de sacolas plásticas. O propósito dessa oficina foi promover a construção do conhecimento sobre um triângulo retângulo e seus elementos (lados que recebem nomes especiais e ângulo reto) para 14 educandos cegos do Instituto Benjamin Constant (RJ), do 6º. ao 9º. ano do ensino fundamental no período do contraturno. Para tanto, foram fornecidas para cada educando uma sacola de plástica para que estes, sob orientação da educadora, realizassem a dobradura proposta durante 100 minutos, em outubro de 2015. Os educandos não tiveram dificuldade em seguir as instruções fornecidas pela educadora e souberam cada um ao seu tempo, responder corretamente sobre os nomes que recebem os lados de um triângulo retângulo: catetos e hipotenusa. Como esperado, os educandos tiveram mais facilidade em manusear a sacola de plástico quando comparado com outras atividades paralelas que envolviam papéis. A partir dessa atividade lúdica foi possível vislumbrar as potencialidades dos educandos em questão, considerando as suas necessidades e especificidades pois, mesmo sem enxergar, eles conseguiram realizar as tarefas propostas e tiraram proveito dos conteúdos possíveis de serem trabalhados.