O trabalho se estrutura a partir da minha pesquisa ainda em andamento: “Desafios do Processo de Juvenilização da Educação de Jovens e Adultos: análise do município de Duque de Caxias” para o Mestrado do Programa de Pós-graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FEBF – UERJ). Escolhi esse tema como objeto de pesquisa em virtude da minha atuação como Professora Orientadora Educacional de uma escola da Rede de Ensino do Município de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro, que vivencia o processo crescente de juvenilização da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os desafios e os conflitos que emergem da relação entre adultos e adolescentes nos levam a refletir a quem a modalidade deve destinar-se. O discurso que ainda se hegemoniza é que a identidade da EJA está relacionada aos adultos e ao mundo do trabalho formal e que estes estariam de forma impositiva sendo obrigados a conviver com o crescente processo de juvenilização de seus espaços escolares. A discussão quanto ao processo de juvenilização precisa ser intensificada não como combatedora do aluno muito jovem na EJA, mas para analisar os caminhos que têm sido traçados para e por esse aluno durante sua trajetória escolar, de modo que o fez abandonar a escola regular tão cedo. A transferência de adolescentes para EJA como estratégia de correção de fluxo demonstra a negligência do Poder Público, com essa parcela da população que vem tendo o direito à aprendizagem negado. .Entendendo a EJA como espaço de escolarização das classes populares, historicamente marcadas pela marginalização social, procuro desnaturalizar o discurso deste “não lugar” do adolescente. Sendo assim, a partir das contribuições da Teoria do discurso, de Laclau, pretendo refletir acerca da construção da possível identidade da EJA, entendendo-a como espaço visivelmente plural, onde evidencia-se a necessidade de negociações não apenas entre adultos e adolescentes, mas entre todos os sujeitos ali circulantes, visto que cada um ressignifica as experiências curriculares com base em sua trajetória de vida.