Este trabalho surge a partir de uma proposta didática para o segundo ano do ensino médio, realizada na disciplina Literatura Brasileira da Modernidade I, no curso de licenciatura Letras, habilitação Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual da Paraíba. Tendo em vista os contrapontos que podem ser levantados a partir da Literatura indianista do século XIX e a Literatura indígena da contemporaneidade, esta proposta justifica-se pelo fato de propor uma reflexão sobre a representação do índio nesses dois momentos da Literatura. Na Literatura do século XIX, o índio é o ‘outro’ do qual se fala, ao passo que na contemporânea, ele é o sujeito enunciador, o qual institui seu próprio discurso. É, pois, objetivo deste artigo apresentar a possibilidade de trabalhar a literatura indianista em sala de aula de forma lúdica e compromissada com as diferenças étnico-raciais. Atentando para essas marcas, selecionou-se o romance Iracema (2002), de José de Alencar e o conto Çe’reçá-Purãga, a beleza do guaraná, do livro Morãgetá Witã: oito contos mágicos (2014), de Yaguarê Yamã. As discussões elencadas neste trabalho são subsidiadas pelo aparato teórico de Abreu (2006), Cosson (2006), Rios (2008) e Todorov (2009).