Resumo: Num mundo globalizado, onde a sociedade supervaloriza o desempenho cognitivo, tem-se configurado uma tendência que consolida as teorias que entendem os seres humanos como sujeitos afetivos. Sendo assim, observa-se haver um eixo intelecto/afeto, que a capacidade de sentir emoções é indispensável para o estabelecimento de comportamentos racionais. Percebe-se que as dificuldades na aprendizagem parecem ocorrer em consequência de um desequilíbrio, entre cognição ou afetividade, ou na relação entre ambos. Exemplificando, no que concerne à cognição, do ponto de vista pedagógico, psicológico e psicanalítico, um indivíduo poderá apresentar dificuldades de aprendizagem em diversas áreas da educação, sobretudo, na matemática, por exigir um grande esforço cognitivo. Diversas correntes psicológicas e sociológicas demonstram que ação e a razão correspondem as funções cognitiva impulsionadas pela estruturas mentais e aspectos afetivos. Nessa perspectiva, quando se menciona a capacidade cognitiva do ser humano ou a inteligência questiona-se a respeito da capacidade de aprendizagem do indivíduo diante do objeto do conhecimento. O presente artigo que tem como objetivo investigar a importância da afetividade na construção do processo de ensino-aprendizagem da matemática, será fundamentado nas teorias de aprendizagem de Piaget, e Wallon que concebem como intrínseca a relação entre os processos cognitivos e afetivos no funcionamento psíquico humano. A metodologia empreendida foi de natureza qualitativa. Os instrumentos utilizados foram o Diagrama Afeto-Performance (DAP) de análise adaptada, desenvolvido por Silva e Teixeira (2009). Os resultados apontam o aspecto afetivo, assim como a relação entre professor e aluno, como variáveis fundamentais para determinar o processo de ensino-aprendizagem.