SANTOS, Vanessa Belmiro Dos et al.. . Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/18750>. Acesso em: 20/12/2024 05:04
O presente artigo é parte de uma pesquisa em andamento sobre o olhar novo nas questões gênero, performances e sexualidade, tendo como objetivo analisar o lugar de participação de travestis e transgêneros nas quadrilhas populares de festejo junino, na cidade de Campina Grande. Considerando a tradicionalidade enquanto um processo de transmissão ou de continuidade das práticas culturais de um grupo, avaliaremos de que forma a inserção destes novos atores sociais, no caso, travestis e transgêneros, reelaboram os discursos de performance de gênero, iniciando um processo de construção simbólica de que este elemento tradicional na verdade, se vê reinventado (e reinventa) a construção de novas visibilidades cidadãs, mesmo que fora do espaço da festa, estes indivíduos encontrem barreiras para garantirem suas individualidades de cidadãos comuns, dentro do próprio cotidiano. Neste sentido, forja-se um espaço de luta e construção simbólica, que concretiza a emancipação e expressão dos sujeitos, preconizada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e nossa Constituição Federal (1988), servindo para mostrar que no campo do gênero, performances e sexualidade, a cultura e as artes servem como instrumentos de construção novos de significados, enquanto manifestação cultural e expressões individuais singulares, exigindo uma nova compreensão sobre a diversidade humana não apenas no contexto do comportamento aceito frente ao ‘marginalizado’, do ‘normal’, com o ‘desviante, mas como formas de empoderamento da comunidade LGBT e espaços tradicionais de pertencimento, como a família, trabalho e a cultura.