O presente artigo visa abordar questões de gênero que traçam as fronteiras da sexualidade através de papéis sociais determinados. Nesse sentido, o objeto de análise é a condição feminina apresentada em As Velhas (Lourdes Ramalho), dentro de um contexto histórico-social interpenetrado pelas estratégias de dominação masculina simbólica. Além disso, o trabalho objetiva suscitar uma reflexão acerca de um tipo de violência que transcende a manifestação física e se estrutura na coerção do poder velado: a violência simbólica. Dessa forma, discutir sobre sua influência no modo como o patriarcado e sua força social recaem sobre as mulheres (Mariana, Branca e Ludovina) em suas respectivas vivências cotidianas, sem que tomem consciência de seus discursos já “contaminados”. É interessante frisar, também, que o olhar crítico-interpretativo se faz em uma análise da regionalidade não apenas literária, mas também histórico-social, em se tratando de uma ambiência nordestina concreta e concomitantemente subjetiva. Diante do exposto, juntamente às ponderações teóricas de autores como Andrade (2005), Bourdieu (2002), Foucault (1995), Nobre (2007), entre outros teóricos, será tecida uma abordagem crítica que põe em xeque as “armadilhas” da violência simbólica.