SILVA, Francisco André Da et al.. Transexualidade e o dizer psicanalítico. Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/18718>. Acesso em: 20/12/2024 05:46
A transexualidade é atualmente definida como o desejo persistente de viver e ser aceito como uma pessoa do sexo oposto. Essas pessoas podem apresentam enorme sofrimento psíquico por causa de seu sexo anatômico e almejam submeter-se a cirurgias ou tratamentos hormonais para redefinirem seus corpos. Enquanto, a travestilidade é uma vivência de gênero discordante do sexo biológico, em que a pessoa travesti usa vestimentas do gênero oposto chegando a modificar seus corpos, sem a intenção de redefinir sua genitália. Atualmente, o Conselho Federal de Psicologia levantou a campanha pela despatologização dessas identidades, por entendê-las como mais uma expressão da diversidade de gênero e sexual. O objetivo geral deste estudo foi conhecer as opiniões dos psicólogos de orientação psicanalítica sobre o processo de despatologização da transexualidade. O presente artigo é derivado de uma pesquisa de campo, qualitativa e quantitativa, tendo como lócus a cidade de João Pessoa-PB. A amostra foi selecionada por conveniência. Foram entrevistadas três psicólogas de orientação Psicanalítica com mais de 10 anos de atuação. As entrevistas foram averiguadas pela Analise de Conteúdo de Bardin e apontaram que todas as psicólogas entrevistadas são favoráveis ao processo de despatologização das identidades trans. Embora ligassem essas identidades a um discurso de vitimização, estas compreendem a experiência dos transgêneros a luz de suas abordagens clínicas, como um caminho de constituição subjetiva, sem deixar de levar em consideração as variáveis políticas e sociais na compreensão dos fenômenos do preconceito e discriminação vivenciados pelas pessoas que estão no transito dos gêneros: travestis e transexuais.