Este artigo pretende observar a representação do feminino em uma série televisiva contemporânea, Girls, produzida por Lena Dunham e lançada em 2012 pela HBO. O trabalho parte da premissa de que a mídia é geradora de sentido na sociedade e reforça papéis e estereótipos sociais. Além disso, compreende-se que produtos audiovisuais produzidos por mulheres são de extrema relevância para a criação de suas próprias representações, porém, problematiza-se se Hannah, protagonista da série em questão, de fato promove um tensionamento para se pensar as representações das mulheres na mídia. O aporte teórico para se tratar de questões de gênero foi embasado nas contribuições de Judith Butler (1990) e a articulação entre gênero e representação midiática foi iluminada por Silvana Mota-Ribeiro (2005). Para dar conta do contexto em que a personagem está inserida, utilizou-se o conceito de estilo de vida por João Freire Filho (2003), bem como o de terceira mulher, por Gilles Lipovetsky (2000).