Com base nos dados etnográficos produzidos durante pesquisa realizada na cidade de Santarém (PA) durante os anos de 2013 e 2014, busco neste artigo discutir e reanalisar o gaydar (radar gay) sendo um instrumento utilizado na identificação de potenciais interessados em relações homoeróticas e homossexuais em variados contextos. Gaydar é uma categoria êmica usada entre homens e mulheres gays para referir-se à identificação de homens que se relacionam com outros homens. Aqui meu interesse principal é sua utilização para a prática da “pegação”. O gaydar, neste caso, funciona como uma “técnica do corpo”, um modo específico de utilizar-se do corpo com fins a eficácia e eficiência na leitura da presença do outro. Detenho-me no entendimento dessa técnica à luz da antropologia do corpo, apresentando as representações e a forma como manejada pelos interlocutores.