Artigo Anais XII CONAGES

ANAIS de Evento

ISSN: 2177-4781

A REPRESENTAÇÃO DO FEMININO E O PATRIARCALISMO DECADENTE: UMA LEITURA DE FOGO MORTO E A MORATÓRIA

Palavra-chaves: PATRIARCALISMO, REPRESENTAÇÃO DA MULHER, HEGEMONIA MASCULINA, DECADÊNCIA, DECADÊNCIA Comunicação Oral (CO) Estudos literários, Gênero e Sexualidades
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Publicado em 08 de junho de 2016

Resumo

Resumo: O referente trabalho apresenta um estudo sobre as obras Fogo Morto (1943) e A Moratória (1955), destacando dois pontos primordiais para o desempenho da pesquisa: o patriarcado e, a representação da mulher. Portanto, o ensaio em destaque tece uma análise sobre o patriarcalismo, mesmo não estando no ápice de sua hegemonia social, mas, que ainda enaltece a autoridade masculina, por outro lado, apresenta a postura da mulher, a representação do feminino nesse entremeio da decadência da dominação patriarcal, justamente em um período de transição de um sistema político-social para outro que exigia uma nova postura dos indivíduos, com uma nova abordagem econômica e governamental. Neste momento transitório do século XIX para o século XX, que podemos caracterizar como uma tensa passagem de um modelo social para outro, o que causa uma desagregação social e um desequilíbrio na economia brasileira, a mulher recebe uma educação para atuar apenas nas atividades domésticas, sendo zelosa e obediente sem abertura para vivências públicas, portanto, caracterizada como um sexo subalterno, frágil e submisso, um ser passivo e com um roteiro de vida já definido pela comunidade social, levando em consideração que até os primeiros decênios do século XX a sociedade brasileira era significativamente rural, e que ainda vivenciava um sistema escravocrata, mesmo que não estivesse no seu apogeu e já começasse apresentar alguns indícios que ameaçavam a permanência deste sistema que se concretizava pela mão-de-obra escrava. Nas obras elegidas para este estudo é notório em seus enredos a decadência não só do sistema de organização social brasileiro, mas também, do patriarcado e suas práticas tradicionalistas que intensificou no homem uma postura autoritária, tornando-o senhor das mulheres, dos filhos e de tudo e todos que se concentravam ao seu redor, e que estes detentores do poder não estavam preparados, ou não queriam aceitar uma nova realidade e conceber um novo sistema que se contrapunha àquela antiga forma de organização social, que se apodera do coronelismo determinista, do senhoril dominador.

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