O trabalho a seguir discute acerca dos pressupostos da Psicologia Feminista originada em torno dos debates da segunda onda feminista das décadas de 1960 e 1970 debruçados a partir das metodologias feministas as quais são reflexos de sistematizações de diversas epistemologias. As metodologias, principalmente as de cunho pós-estruturalista, voltam-se para a reflexividade crítica suspendendo a relação sujeito-objeto em que aspectos sócio-culturais, políticos e históricos se unem na elaboração do conhecimento e a posição do(a) investigador(a) é integrativa no decorrer do processo. As terapias feministas surgem no contexto denunciativo em que acadêmicas reivindicavam lugar às mulheres na comunidade científica a qual excluía e relegava às pesquisadoras e cientistas espaços subalternizados. Adentrando mais ao espaço das terapias feministas o presente documento disserta acerca da violência doméstica cujo silenciamento na sociedade suprime a possibilidade da conscientização dessas mulheres e crianças violentadas, nos espaços terapêuticos tradicionais os procedimentos desenvolvidos acabam perpetuando o ajustamento dos papéis e normas sociais que postergam às mulheres a remediação de problemas estruturais. As terapias feministas propõem o contrário do modelo terapêutico tradicional apolítico na medida em que veem no contexto terapêutico um espaço que pode promover a essas mulheres empoderamento e reflexões acerca de seu lugar no mundo a partir da ressignificação de suas experiências. Com isso, percebe-se a importância da psicologia feminista no tocante ao seu compromisso com a mudança social, minimizando a contribuição da psicologia na perpetuação de desigualdades sociais.