Na contemporaneidade percebem-se mudanças nas esferas sociais, intelectuais e individuais. A fluidez nos vínculos afetivos e sociais perpassa pelo crivo da individualidade bem como das características que preenchem o “eu” interior e o “eu” exterior. O corpo coberto e cheio de segredos não se encontra mais nas relações humanas, existe nesse intermeio, a dissolução de verdades secretas que se expõem através do corpo perfeito e nu. A nudez da alma e dos sentimentos foi deixada de lado e uma concepção visual atrativa se instaurou no corpo físico e escultural do tempo pós-modernos. Uma roupagem ditada pela momentaneidade, liquidez e máxima do espetacular. O corpo é endeusado e suas curvas são uma tentação para a aproximação que se estabelece no encontro passageiro do prazer individual. São nessas construções de prazeres que fenômenos surgem na tentativa de complementar e fornecer necessidades veladas através do encontro com o outro. O sexting e o nudes (fenômeno “atual” que se caracteriza pelo envio de fotos nuas) surgem como uma modalidade pela busca desse desejo e enaltecimento do corpo na tentativa de ser. Nessa perspectiva, de caráter reflexivo, esse trabalho busca discutir as aproximações e distanciamentos da fragilidade nas relações gays que se estendem e se programam na momentaneidade, nobilitação do corpo e a essencialidade dos estereótipos e afetos incutidos nele.