O presente artigo é uma revisão e reformulação de um dos capítulos da minha monografia, defendida no curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Campina Grande, cujo objetivo é prosseguir com a discussão iniciada na graduação, revisitando o texto produzido, lançando outros olhares, a partir de novas perspectivas, sobre a minha pesquisa. Neste trabalho, busquei analisar como o Colégio Estadual de Campina Grande, popularmente conhecido como Estadual da Prata, localizado na cidade de Campina Grande, no estado da Paraíba, produziu estratégias para disciplinar os corpos dos seus alunos e alunas, durante a década de 1950, período referente à primeira década de funcionamento do colégio. Através da educação diferenciada por gênero, pelo militarismo e o nacionalismo, buscarei discutir as fontes, dialogando os conceitos de disciplina, pedagogias, corpo, estratégias e táticas. Como fontes, utilizarei narrativas orais de memória de duas ex-alunas que estudaram no colégio entre os anos de 1953-1959 e dois ex-professores que desenvolveram projetos e pesquisas referentes à história do colégio e fotografias dos estudantes referentes à época. Analisarei, a partir dos relatos, como as narradoras rememoram suas experiências estudantis, confrontando (quando necessário) com a memória oficial construída sobre o colégio, percebendo as burlas dos estudantes ás normas e os silêncios da memória oficial sobre as estratégias disciplinares produzidas pela cultura escolar e as representações das alunas sobre a disciplina.