Movimentos sociais têm ganhado cada vez mais espaço na arena social na luta por reconhecimento e direitos igualitários, ao mesmo tempo em que grupos conservadores se sentem ameaçados e acirram o conflito pelo poder em muitos âmbitos sócio-culturais. Como o currículo é um campo político e passível de negociação entre diferentes manifestações culturais, mas também transpassado pelo poder de discursos hegemônicos, a escola pode se transformar em um local de conflito por novos significados culturais e por questionamentos de padrões normatizados. Ao analisar os guias curriculares, o corpo aparece de forma recortada, descontextualizada, sem uma identidade e fora de espaços culturais. O sexo nesses materiais possui o objetivo reprodutivo de propagação da espécie e sempre está veiculado a questões de saúde e controle Pensando nas problemáticas encontradas na análise do currículo, propomos estratégias educativas que visam a desconstrução de gênero e sexualidade dados como binários dentro do ensino de ciências naturais. A identidade de gênero e sexualidade sofre influência social e cultural ao mesmo tempo em que é própria do sujeito, sendo um projeto inconstante e fluido. Apesar de ser considerado um tema “polêmico”, esse caráter dificulta a abordagem em espaços escolares, sendo preciso ultrapassar tal barreira para promover a diversidade, alteridade e respeito.