Ao longo dos séculos, a sociedade construiu uma única “verdade” em relação aos sujeitos, enquadrando-os em uma existência binária onde só caberiam dois aspectos, a saber, masculino e feminino. Compreender a construção social desses engendramentos é objetivo principal neste artigo cujas reflexões são: o que faz do homem e da mulher se reconhecerem enquanto pertencentes ao gênero masculino ou ao gênero feminino? Até que ponto tal construção afeta e exclui indivíduos que não se enquadram dentro desse limite binário? A identidade de gênero é um aspecto da identidade humana, é inerente à pessoa e o respeito a ela é fundamental para a sua dignidade. Nesse sentido, diante de uma realidade complexa e plural, é um tanto quanto equivocado tornar legítimo apenas dois lados, desconsiderando qualquer outra forma de corporalidade. A partir de pesquisa bibliográfica, pode-se concluir que as pessoas intersexuais são aquelas que nascem com características de ambos os sexos e por não se encaixarem no modelo binário heteronormativo imposto pela sociedade, são relegados à invisibilidade social, ao silêncio, a patologia e à violação de sua dignidade humana.