A abordagem das questões de gênero no cotidiano escolar tem gerado polêmicas em vários segmentos da sociedade civil e órgãos responsáveis pelas leis educacionais do nosso país. Os que se manifestam contra essa discussão em sala de aula se dizem a favor da família, da moral e dos bons costumes, e esquecem-se de defender a dignidade e os direitos daqueles que se configuram como “diferentes” para os padrões impostos pela a sociedade machista e preconceituosa em que vivemos. A escola é o local de formação e informação e, portanto, lugar ideal e propício para as discussões que envolvem gênero, homofobia e preconceitos diversos. Ao observar esse lócus (escola) notamos o olhar de descaso, desrespeito e até mesmo de deboche com que professores e gestores se referem aos meninos e meninas que apresentam traços de orientação sexual diferente da heteronormativa. Essa percepção nos causou grande inquietação e desta surgiu a necessidade de pesquisar, para tentar compreender, como os docentes tratam as questões de gênero no cotidiano escolar. Para desenvolvê-lo teoricamente nos utilizamos de autores como Louro (2000; 2003), Joca (2008), Esplendor e Braga (2007), dentre outros. A pesquisa é do tipo qualitativa de cunho exploratório e bibliográfico. Nosso lócus de estudo foi uma escola pública municipal da periferia de Fortaleza, Ceará. Percebemos que o ambiente escolar tanto pode ser local de conhecimento, formação e transformação quanto de propagação de preconceitos e atitudes discriminatórias, dependendo de como os profissionais que o compõem lidam e trabalham com as “diferenças” existentes entre as pessoas.