A reprodução de padrões e crenças antigas sobre o corpo feminino – que acabam por amordaçar, esmagar o corpo e suas expressões – é um dos pontos mais debatidos pelas organizações e movimentos feministas contemporâneos, que defendem o direito à autonomia de decisão sobre o próprio corpo. Entre os movimentos, a “Marcha das Vadias” propõe, em uma das muitas maneiras de reivindicar e de (re)afirmar esse direito, transformar o próprio corpo num instrumento político, num espaço para se transgredir os limites impostos e lhe inscrever novos significados. Este trabalho objetiva investigar os efeitos do discurso do movimento “Marcha das Vadias” em Recife, no sentido de como ele é absorvido pela população da Região Metropolitana do Recife, expondo a repercussão do movimento nos veículos de comunicação local, referente à edição do ano de 2015, através de pesquisa de campo, análise do discurso e entrevistas a grupos focais, de públicos alcançados pelo discurso do movimento. Para tal, partimos dos pressupostos teóricos de Foucault (1996, 1998, 2000), Heilborn (1997), Borges (2013) e Helene (2013).