Artigo Anais XII CONAGES

ANAIS de Evento

ISSN: 2177-4781

MULHERES PARA CONSUMO: DISCURSOS DA CULTURA DO ESTUPRO NA PUBLICIDADE BRASILEIRA

Palavra-chaves: VIOLÊNCIA SEXUAL, CULTURA DO ESTUPRO, MULHER E MÍDIA, DIREITOS HUMANOS Comunicação Oral (CO) Direitos Humanos, Feminismo e Políticas Públicas de Gênero
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Publicado em 08 de junho de 2016

Resumo

As sociedades contemporâneas ainda comportam relações de gênero patriarcalmente organizadas, as quais estão enraizadas em todas as searas sociais, inclusive nos meios de comunicação de massa. A violência sexual constitui uma de suas consequências mais desastrosas e alarmantes, pois está inserida em uma dinâmica complexa de aceitabilidade social. Os movimentos feministas e de mulheres cunharam o termo “cultura do estupro” para se referirem a tal lógica. Argumenta-se que a representação estereotipada das relações de gênero na mídia brasileira contribui diretamente para a naturalização da violência sexual contra mulheres, posicionando-as como acessíveis aos homens. Com base na Análise Crítica do Discurso (ACD), da revisão bibliográfica de estudos de gênero e das teorias críticas dos direitos humanos sobre direito à comunicação, este trabalho visa demonstrar que a mídia brasileira – especificamente os anúncios publicitários – ao refletir discursos da cultura do estupro está ao mesmo tempo reforçando-a e, nesse sentido, contribuindo para a ideologia patriarcal binária. Uma vez que o discurso da cultura do estupro é socialmente hegemônico e estruturalmente enraizado, o Sistema de Justiça Criminal demonstra-se ineficaz para lidar com a problemática, sendo a democratização da mídia e a pluralidade de discursos de gênero um instrumento de prevenção e superação da violência contra mulheres.

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