Este estudo tem o corpo como centro de suas questões e inquietações, não em sua dimensão biológica, mas em sua pluralidade de sentidos, valores e culturas. Nosso olhar de pesquisa está voltado para o corpo das mulheres e, por isto, se propõe discutir brevemente seu percurso histórico-ocidental e esboçar considerações sobre a dinâmica de objetificação dos corpos das mulheres, com olhar direcionado ao consumo cinematográfico e mercadológico. Temos como objetivos investigar a manutenção da imagem feminina (através da medicalização) como forma de controle e poder; relacionar a história de vida de Marilyn Monroe com a produção de corpos pela sociedade (bem como sua relação com o cinema), e esboçar as contribuições do tema para a psicologia. Com posturas construcionista e feminista diante da produção de conhecimentos, analisamos obras discursivas de Marilyn em diálogo com produções biográficas sobre ela. Problematizamos o possível aprisionamento dos corpos das mulheres a identidades fixas, questão esta que se tornou central devido a sua atualidade nas relações de poder que têm as questões de gênero como eixo argumentativo. Assim, as discussões seguem pelo viés da quebra de paradigmas e da desfamiliarização de práticas socialmente instituídas, como uma maneira de compreender a importância das microrrelações de poder para a constituição da vida em sociedade, bem como a reprodução destas para que a roda de dominações continue girando. Este tema é bastante complexo e amplo, por isso, finalizamos com considerações a respeito da relevância das pesquisas de gênero para o campo da psicologia.