Este artigo é motivado pelo interesse em discutir questões relacionadas à diferença, gênero, sexualidade e suas implicações na maneira de pensar as práticas escolares e o currículo a partir de um referencial pós-estrutural e pós-colonial. Acreditamos que estamos inseridos em contextos provisórios nos quais a negociação de sentidos se faz presente, onde as diferenças emergem continuamente e não podem ser estancadas. Alguns direcionamentos se refletem nas práticas heteronormativas presentes no cotidiano escolar e que precisam ser desnaturalizadas como condição essencial para o estabelecimento de relações sociais menos discriminatórias. A partir dessa compreensão analisamos algumas práticas escolares que apresentam caráter heteronormativo como hegemônico, marginalizando as identidades rompentes dessa norma. Questionamos uma única tentativa de representação normativa da profissão docente, desconsiderando outras possibilidades de representação. Abordamos conceitos de currículo como espaço-tempo e prática cultural, hibridismo; e cultura como fluxo. Consideramos que pesquisar sobre currículo, cultura e diferenças é complexo, pois não trabalhamos com algo fixo, visto que estamos imersos em um grande processo de significações, no qual a produção de sentidos é constante e híbrida. O estudo apresenta sua relevância pois vivemos em uma sociedade constituída na e pela diferença e por vezes o currículo, assim como a escola acabam almejando o essencialismo monocultural, buscando a homogeneização e o silenciamento das diferenças. Também analisamos os sentidos de diferenças que constantemente disputam por uma significação de mundo. Por intermédio de nossas pesquisas buscamos provocar reflexões visando romper com concepções binárias e norrmatizantes de ser e estar no mundo, explorando os processos de subjetivação que contingencialmente o significam.