Essa pesquisa tem como objetivo analisar os enunciados discursivos numa perspectiva foucaultiana nos textos argumentativos dos alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola estadual em Olinda visando compreender se e como a escola trabalha com o tema gênero e sexualidade. Se ao longo da história a homossexualidade foi tida como pecado, crime ou doença e hoje é vista pelas ciências como uma orientação sexual como qualquer outra, como se justifica o silêncio imposto por uma agência do conhecimento? Será que a escola tem consciência do seu papel social quanto à superação do preconceito e da discriminação resultantes de séculos de tabus e desinformação? Apesar da incompletude desse trabalho, com base nos textos analisados é possível perceber que infelizmente o ensino é pautado numa pedagogia do insulto, na heteronormaticidade em que a homossexualidade é tida como anormal e hierarquicamente inferior e os homossexuais continuam sofrendo preconceitos, que contribuem para a evasão, o fracasso escolar, o alto índice de suicídio e relações sociais cheias de ódio de intolerância. Através dessa reflexão podemos concluir que a escola pode sim mudar esse cenário e auxiliar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária onde as pessoas possam ser dignas apenas pelo fato de serem humanas.