Muitas instituições de ensino da Educação Básica das redes pública e privada desenvolvem anualmente um evento como uma mostra ou feira científica. Este espaço se destina a apresentação de trabalhos de pesquisa de seus alunos matriculados. Esses eventos são plurais em formato, objetivo, estrutura, elementos constitutivos, mas mesmo com tantas variações podem ser entendidos como um espaço próprio da divulgação científica, um exercício realizado pelas escolas de aproximação de seus estudantes, e mesmo a comunidade circundante do mundo das ciências. A reflexão sobre a ampliação das feiras de ciências nas escolas e o surgimento de feiras regionais, nacionais e até mesmo internacionais destinadas aos alunos de iniciação científica da educação básica, reflete, ou deveria refletir, diretamente na ação escolar. Que espaço é pensado para a elaboração da iniciação científica nas instituições de ensino? Como se organizam? Como surgem as questões dos projeto? Esse trabalho tem por objetivo investigar juto aos alunos expositores finalistas da FEBRACE edição 2016 essas questões. Esse trabalho de natureza quantitativa é um recorte da pesquisa destinada à elaboração da dissertação, ainda em andamento, do mestrado do Programa Interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo. Para a realização dessa pesquisa foi elaborado um questionário e distribuído a todos os alunos expositores finalistas da edição 2016 da FEBRACE, realizada na Universidade de São Paulo de de 15 a 17 de março. São empregadas categorias teóricas de análise e também categorias emergentes das próprias respostas dos informantes. O preenchimento do questionário foi espontâneo. A edição 2016 da FEBRACE contou com 341 projetos e 753 alunos pesquisadores finalistas, vindos de todo o país. Dos questionários aplicados aos finalistas, tivemos um retorno de 333, o que corresponde a aproximadamente 44% da população que compõe o evento. Dos alunos pesquisadores que optaram por participar da pesquisa, 157 eram alunos e 166 eram alunas e 9 informantes não responderam esse item. A faixa etária variou de 13 a 20 anos com 73% da população entre os 16 e 18 anos. Os resultados dos questionários mostram que 83% dos informantes estudam em escolas que promovem feiras ou mostras de ciências e 80% já participou de algum evento dessa natureza. Mesmo que para 80% a edição de 2016 tenha sido a estreia na FEBRACE, 66% de suas instituições de origem já se fizeram representar em algum ano anterior nesse evento. O envolvimento dos alunos é grande e as pesquisas são realizadas no período letivo, durante as aulas e mesmo em horários alternativos, em casa, durante as férias em universidades, centros de pesquisa e bibliotecas, entre outros. O repensar as aulas em uma atividade de perspectiva investigativa pode criar um ambiente mais propício para a ação de iniciação científica em sala de aula.