A palma forrageira, variedade gigante (Opuntia ficus-indica) é uma cactácea de originária do México e foi introduzida no nordeste brasileiro principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe e Bahia, devido principalmente ao seu uso como forragem para a alimentação animal nos períodos de estiagens. A rusticidade, características nutricionais e aceitação pelos animais tornaram a palma, principal alternativa para as cadeias produtivas de carne e leite de caprinos, ovinos e bovinos. A literatura relata ataques da cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae) em plantações de palma de vários municípios principalmente nas microrregiões geográficas do Carirí Ocidental, Serra do Teixeira e Piancó na paraíba, comprometendo a produtividade dessa forragem e provocando importante prejuízo aos agricultores dessa região. Esta base de sustentação alimentar está seriamente ameaçada pelo ataque dessa cochonilha que produz o ácido carmínico. Esse ataque acontece de forma tão intensa que em muitos casos a alternativa dos agricultores tem sido o extermínio dos plantios. O inseto alimenta-se da seiva da planta, provocando a perda de nutrientes deixando a planta debilitada e resultando no amarelecimento, seca e morte das raquetes em curto espaço de tempo. Devido ao seu grande poder de proliferação e disseminação, essa praga pode causar danos severos e irreversíveis, provocando consequências sócioeconômicas gravíssimas em comunidades agrícolas onde a palma é fonte de suplementação
alimentar para os rebanhos nos períodos de estiagens prolongadas, como é o caso do município de Baraúnas/PB onde o ataque da cochonilha tem provocado grande prejuízo financeiro e onde também estamos realizando nossos testes de combate à essa praga. Para os testes de combate à praga, utilizou-se extratos de catingueira que é uma planta nativa e abundante na região e a literatura aponta a ação bactericida do extrato de catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tui.) o que sugere para uma potencial ação biopesticida desta planta. Os resultados iniciais são animadores indicando uma diminuição importante da infestação dessa praga em raquetes de palma tratada com os extratos de catingueira. Coletou-se folhas de catingueira cidade de Baraúnas/PB e após a colheita e secagem, triturou-se as folhas para a produção de um pó afim de facilitar o processo de infusão em solução alcóolica. Coletou-se algumas raquetes para aplicação do extrato em laboratório e realizou-se aplicações do mesmo extrato in situ. Pôde-se perceber que após a aplicação o casulo da cochonilha mudou de cor ficando esverdeado, devido a absorção dos pigmentos da folha da catingueira, deixando os casulos de cochonilha com colorações e tamanhos diferentes. Após 10 dias da primeira aplicação do composto de catingueira, as raquetes a cochonilha não apresenta desenvolvimento ou atividade. Após 45 dias pôde-se perceber que a cochonilha havia morrido.
Para os testes em situ, escolheu-se uma plantação de palmas no município de Baraúnas e concluiu-se que o extrato da catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tui.) possui potencial biopesticida quando aplicado em solução alcóolica; o extrato de catingueira possui ação bioestática para novo ataque da praga em estudo e que a obtenção do extrato de catingueira é de fácil obtenção e preparação.