Este artigo trata de um relato de experiência acerca do Projeto Cinema no Presídio, o qual está sendo desenvolvido no Presídio Regional de Sapé – PB, cidade distante cerca de 50 km da capital João Pessoa. Esta unidade prisional tem sido destaque nacional por seu empenho no cumprimento da lei Nº. 7.210, que trata da Lei de Execuções Penais e o caráter ressocializador que a mesma defende no tocante à educação e ao trabalho. O projeto de cinema desenvolvido nesta unidade, atende 50 reeducandos do regime fechado e em julho último foi considerado pela Justiça Paraibana, na pessoa da Juíza Lilian Frassinetti Correia Cananéia, como referência em ressocialização através da arte e da reflexão, provocada pelo cinema e à associação deste com a atual realidade dos reeducandos. Para a execução deste artigo, foi aplicado aos reeducandos um questionário etnográfico e sociocultural. Os resultados apontaram que 83% dos participantes do projeto são jovens entre 18 e 32 anos de idade; 32% são presos provisórios, alguns há mais de dois anos à espera do primeiro julgamento, quando a lei determina que este prazo não exceda os 90 dias; apenas 13% concluíram o Ensino Médio e 3% é graduado, 52% possuía apenas o Fundamental II; 67% deles se consideravam pardos e 20% brancos, o percentual de negros foi de apenas 7%; entre os participantes 50% deles afirmaram acreditar no potencial reflexivo e ressocializador do Projeto, enquanto que 23% esperava apenas pela remição da pena e 27% apenas gostavam das aulas.