Resumo do artigo: A educação de alunos surdos tem nova orientação filosófica e metodológica: a Educação Bilíngue. Esta proposta exige que o ambiente da sala de aula seja favorável a uma abordagem bilíngue e bicultural. O objetivo deste estudo é investigar os fatores que promovem essa ambientação para o ensino do espanhol, as relações que se estabelecem entre eles no processo de aprendizagem e o papel que estes desempenham no fazer pedagógico. Para tanto se dialoga com diversos pesquisadores, entre eles: Skliar, Quadros, Sá, Brito, Slomski e Vigotsky. Para entender o que acontece na sala de aula bilíngue da escola regular, apresenta-se um recorte de entrevistas com professoras de espanhol do Ensino Médio. A partir da investigação bibliográfica e dos relatos apresentados pelas docentes é possível apreender que, LIBRAS e Português precisam ter papéis bem definidos na abordagem bilíngue e que o currículo do Ensino Médio não abarca a expressão cultural da pessoa surda. O Estado ainda não garante a presença do Intérprete de LIBRAS durante todo ano letivo, e quando presente, não se estabelece uma parceria entre intérprete e professor de espanhol. Em síntese, de acordo com o modelo pedagógico identificado nas vozes das docentes, a ambientação da sala de aula não viabiliza a educação bilíngue e bicultural para o ensino do espanhol ao aluno surdo, muito em razão do protagonismo da língua portuguesa sinalizada, que nesse contexto, reduz o ensino da língua espanhola a um segundo plano.