O campo da educação tem-se constituído em cenário profícuo para a discussão acerca das relações de gênero. Na educação infantil, o tema vem recrudescendo com temáticas que focam o espaço escolar, a interação entre meninos e meninas, entre as crianças e a ludicidade e das crianças com os adultos. Aqui se destaca uma ação contida no projeto de extensão universitária Tecendo o Fio de Ariadne com Professoras da Educação Infantil que se espraiou em uma oficina de pesquisa – Quem é a atriz, quem é o ator? Participaram da oficina meninos e meninas de ambos os sexos, do Pré-I, com faixa etária entre quatro a cinco anos de idade. A abordagem etnográfica inspirou o trabalho de campo, oportunizando a convivência com a cultura escolar, a compreensão de sua realidade e a contextualização das evidências na elaboração das análises. Fez-se uso da observação participante, com registros em diário de campo, fotografias, áudio e diagnóstico da realidade escolar. A dimensão da pesquisa contida no projeto de extensão revelou que desde tenra idade as crianças assimilam padrões de gênero a partir de sua vivência com o mundo adulto. Por isso, a escola não pode ser considerada a única responsável pela disseminação dos estereótipos de gênero. Inclusive, o desafio de transversalizar as relações de gênero na universidade se constitui, ainda, em um desafio para as instituições de ensino que têm o papel de formar formadoras/es em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino.