A Literatura de Cordel, mesmo configurada como sendo uma literatura de origem modesta, apresenta, em sua essência, uma aura classicista, que almeja a exatidão, do ponto de vista poético, e ainda é considerada como portadora de um propósito educativo. O cordel caracteriza um exemplo de poesia oral, contudo exerce uma influência notável na escrita, haja vista a exigência de atendimento à norma gramatical culta da língua, desde que não se trate de cordel que estabeleça relação para com a poesia matuta, obviamente. A competência para, dos fatos mais simples do quotidiano, extrair não apenas histórias, mas também alegorias diversas, sem trazer à lume uma visão totalmente crítica e irônica, corrobora de forma muito significativa para que o indivíduo humano desenvolva virtudes fundadas na mera intuição emotiva que, por sua vez, se coloca muito além dos atos humanos. O objetivo do presente trabalho é o de estabelecer uma reflexão a respeito da Literatura de Cordel, bem como do seu valor para a sala de aula no que toca à linguagem, discurso, valores sociais e, principalmente, do incentivo à leitura e a escrita. Para a realização do presente trabalho, foi adotada reflexões teóricas postuladas por Mikhail Bakhtin, Fiorin, Márcia Abreu e de outros autores, com intuito de melhor compreender a literatura de cordel, a exemplo do estudioso Manoel Diégues Júnior.