Artigo Anais XI Congresso Nacional de Educação

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

A MULTIPLICIDADE DE VOZES EM SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOURA, DE EÇA DE QUEIROZ

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Publicado em 02 de dezembro de 2025

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo analisar, por meio das relações sociais, as múltiplas vozes dos sujeitos na obra Singularidades de uma Rapariga Loura, de Eça de Queiroz, que retrata uma sociedade materialista do século XIX, marcada pela centralidade do dinheiro, com base no conceito de polifonia como principal fundamento teórico da análise. O referencial teórico - metodológico utilizado foi (Bakhtin,1997), (Brait,2005), que discorre sobre a relação entre ideologia e indivíduo em diálogo com as ideias de Bakhtin, e (Eagleton,1997), que contribui ao discutir e refletir sobre o conceito de ideologia na perspectiva do poder e domínio social. A abordagem metodológica adotada foi qualitativa, com base na análise do discurso. Os resultados indicam a presença de diferentes vozes que dialogam na narrativa, evidenciando a polifonia na obra. A voz da interdependência se manifesta na relação entre Macário e seu tio Francisco, refletindo a dependência material e econômica entre ambos. Além disso, a voz da avareza surge em diversos momentos por meio de personagens que reforçam a valorização do dinheiro. Por fim, identifica-se a voz da mulher do século XIX, subordinada financeiramente a uma sociedade materialista e patriarcal, representada pela personagem Luíza, a rapariga loura. Essas vozes interagem na narrativa, compondo diferentes discursos que refletem a estrutura social da época. Dessa forma, a obra de Eça de Queiroz evidencia como a sociedade materialista e hegemônica do século XIX influencia os discursos e as relações entre os sujeitos.

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